Distribuição digital, a grande virada

Uma das grandes vantagens da globalização para a música e os músicos é a democratização e facilidade dos meios de distribuição de conteúdo em formato digital para quase o mundo inteiro.

A história

Hoje em dia, 2018, para um músico ou banda independente, ser escutado e conquistar fãs é uma realidade rápida e relativamente barata. A parte mais cara ainda continua sendo a produção da música em si, porém é muito mais barata do que se possa imaginar em relação à época antes do Pro Tools, Propellerhead Reason e outros programas de produção e gravação em computador.
Com as empresas que fazem distribuição enxergando nos músicos independentes, que sonham em ser “mainstream”, um grande filão, que mesmo com pouca grana, são milhões espalhados pelo mundo. O mecanismo de difusão destas bandas e artistas fica mais fácil e barato. Algumas destas empresas nem cobram taxas para inscrição.
A façanha de ter sua música na mesma plataforma (web radio) que seus ídolos é uma grande conquista. Porque antes , gravar um vinil e estar na prateleira das lojas e com a música nas mesmas rádios era difícil, quando não, impossível.

O medo da mudança

As grandes gravadoras e artistas, percebendo que nesses novos tempos os independentes podem tornar-se fenômenos de venda e de streaming, já começaram suas estratégias de playlists. Das mais tocadas, mais vendidas, as TOP do verão, desse e daquele gênero. E a exemplo do que aconteceu recentemente com a nova forma de produzir e vender música, estão temendo os novos modelos na maneira atual de gerar dinheiro que é o streaming (escutar música via internet em computador e smartphones), Spotify, Deezer e Youtube… Já existem boatos de que há acordos entre gravadoras e as plataformas para favorecimento de seus artistas principais (O infame jabá).

Mudança de atitude

Chegou a hora de prestigiar os independentes que satisfazem nosso gosto musical e criar uma reviravolta na produção e consumo de música no mundo. Mudar nossa percepção e enxergar o que é realmente novo e diferente como algo também de valor e que atende à nossa relação de “custo e benefício” com a música. Resta agora aos independentes, na minha opinião, criar e fomentar mecanismos, juntamente com seu público, onde possam tocar, escutar, divulgar e vender para mais gente, em suas cidades, países e pelo mundo afora, sua arte.

Alencar Júnior
é produtor musical e diretor técnico do estúdio Abel Produções Audiovisuais

Bibliografia e videografia recomendadas:
-Classic Albums: Metallica: The Black Album 2001 1h 33m metal Diretor Matthew Longfellow
Produção Nick de Grunwald

-Sound City 2013 2h 32m Direção: Dave Grohl Produtora: Roswell Films
Produção: Dave Grohl, James A. Rota, John Ramsay

1 comentário

  1. Wallace em 22/07/2018 às 10:54

    Otimo conteúdo. parabéns

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